Nesta época de contínua urbanização acelerada, de um cenário repetitivo de construção e destruição, ambos os elementos acontecem por todo o lado. É inevitável, para todos os indivíduos nesse cenário, não se moverem nessa mesma pulsação repetitiva de auto-destruição e reconstrução. Construí um muro à minha volta que depois destruí para reconstruir e destruir e construir novamente, repetindo assim os processos de construção e destruição, sem início nem fim. Os trabalhos em exposição mostram dois locais: Macau (na China) e Montemor, em Portugal.

Finalizei as filmagens em Macau antes de receber o convite de dois designers da [ Associação Cultural +853 ] para participar no “ This Is My City”, na bonita cidade de Montemor, no centro de Portugal. Ambas as cidades são bastante diferentes: Macau é uma "grande cidade", mas com muita população e, por isso, uma "pequena cidade"; Montemor é exactamente o contrário: uma pequena aldeia com uma média de 2000 pessoas e com uma proporção de área de terra por pessoa que excede, em larga escala, aquela encontrada em Macau; o céu está lá longe e a terra é extensa. A ideia foi tentar mostrar as características brutalmente contrastantes entre ambas as cidades e as diferentes emoções que experienciei, enquanto indivíduo.

O cenário (do vídeo) de Macau é a parede em frente da qual construí o meu muro e a sensação de repetição é bastante notória, precisamente o que pretendia mostrar. O de Montemor localiza-se no ponto mais elevado daquela cidade, ao lado de um antigo castelo e de onde se vê toda a cidade, com nuvens brancas no céu azul como pano de fundo de onde construí o meu muro, para depois o destruir, pedaço por pedaço. Este eterno ciclo é uma experiência muito diferente, tanto em termos visuais como psicológicos. Este projecto é a minha interpretação de "This Is My City", uma espécie de empatia e auto-reflexão, se assim se pode dizer".

Vídeo em loop